Em novo filme, Frozen aborda um dos maiores medos das pessoas, o de crescer
Que cada nova animação da Disney é mais madura e empoderada, isso não temos dúvidas. As princesas ganharam mais espaço para serem protagonistas de suas próprias histórias, como Moana, Merida (Valente), Vanellope (Detona Ralph) e Anna e Elsa (Frozen), que se tornaram grandes figuras exemplos para as garotas e isso promete continuar no futuro da Walt Disney Animation Studios.
Depois de 06 anos, a febre Frozen voltou para as telonas e o filme que, desde o seu primeiro longa, fala sobre o amor familiar e crescimento das protagonistas, Frozen 2 chegou para deixar a história mais crescida, assim como os personagens. (Atenção: A postagem contém spoilers sobre Frozen 2)
Como comentado na postagem de Wi-fi Ralph, as animações, apesar de serem voltadas para “crianças”, abordam diversos temas sociais importantes. E assim como as novas animações, Frozen 2 trabalha para o público infantil, jovem e adulto, ao abordar sobre a dificuldade em amadurecer.
Ao analisarmos nossas vidas, percebemos que o mundo faz com que crescermos, nos tornando responsáveis pelas escolhas pessoais. E esse é um dos principais arcos do filme, o desenvolvimento dos personagens.
Kristoff começa a se questionar sobre o seu relacionamento com Anna, percebendo que o amor não é o único pilar no sucesso de um relacionamento. Os romances normalmente terminam no “viveram felizes para sempre” e em Frozen 2 fomos além do primeiro filme.
Podemos ver a insegurança do Kristoff ao tentar pedir Anna em casamento, sempre se confundindo na hora do pedido e sentindo-se que não é homem certo para a protagonista. Uma animação abordar as fraquezas do mocinho é de extrema importância, porque essa é a realidade, principalmente no nervosismo ao propor alguém em casamento.
No final, por mais que Kristoff perdeu seu destaque em Frozen 2, o personagem foi importante para humanizar o mocinho dos filmes, apresentando suas inseguranças e defeitos, além de mostrar que um casal é composto por duas pessoas e que pode ter momentos em que terão objetivos diferentes, mas irão se apoiar e estarão um do lado do outro, pois, um bom relacionamento tem amor e companheirismo, mesmo em momentos divergentes.
Olaf, o alívio cômico da animação, também amadurece (e muito) ao comparar com o primeiro filme. O personagem começa a se interrogar sobre a vida e desenvolve suas emoções, sendo que durante o longa ele sente novas emoções (como a raiva), perdendo um pouco sua inocência apresentada em Frozen, que se voltava a infância.
A sua música “When I am older” podemos perceber a percepção do personagem com os adultos (muitas vezes, a visão das crianças), como se ao se tornar mais velho não terá medo de nada, saberá de tudo e será totalmente seguro, mas ao crescer, percebemos que não é assim, a vida sempre nos surpreende e aprendemos a cada dia, o que torna a música cômica, mas verdadeira.
Anna que, no começo do primeiro filme era uma garota ingênua, inicia Frozen 2 forte, mas ainda muito inocente, acreditando que o mundo seria sempre igual, ao lado da Elsa e dos amigos, não precisando de mais. Sendo que no decorrer do filme, ela se segurava na Elsa como sua “estrela guia” e que elas sempre ficariam juntas, como um porto seguro, não precisando tomar suas próprias decisões sozinha.
Após ter que se separar da Elsa, Kristoff e Olaf e se ver sozinha, é no momento de maior dificuldade que ela mais amadurece, ao perceber que era única responsável pelas suas decisões, para conseguir sair. A mudança acontece na música “The Next Right Thing”, em que, dentro de si, precisa encontrar a “luz”, estabelecer suas escolhas para fazer o certo e seguir o caminho por conta própria.
“I follow you around
I always have
But you've gone to a place I cannot find
This grief has a gravity
It pulls me down
But a tiny voice whispers in my mind
You are lost, hope is gone
But you must go on
And do the next right thing”
Por fim, Elsa, a dona de um dos maiores hits de 2013 (Let it go), volta com Frozen 2 mostrando toda sua força interna, que vai muito além de seus poderes.
No primeiro filme acompanhamos a personagem se libertando e aprendendo a conviver com o seu poder, que desde jovem não conseguia controlá-lo e se fechava para o mundo. Na continuação, a personagem aprendeu a viver junto com seus poderes, mas ainda não se sentia no lugar certo, como se faltasse algo. Começou a ouvir uma voz e tentou fugir dela ao máximo, mas algo a impedia de se afastar do desconhecido.
“I'm sorry, secret siren, but I'm blocking out your calls
I've had my adventure, I don't need something new
I'm afraid of what I'm risking if I follow you
Into the unknown”
A trajetória da Elsa remete ao nosso medo de seguir o desconhecido, como apresenta a música “Into the unknown”, o desconhecido seria a própria vida e nossos sonhos. Muitas vez decidimos viver o normal, o “certo”, com medo de tomar uma decisão pelos seus possíveis riscos. Quantas vezes deixamos de seguir nossa intuição por acharmos que era bobeira ou errado?
Elsa tentou fugir de sua intuição, até que teve um momento que não conseguiu e rumou para o desconhecido, acreditando que algo melhor aconteceria e que, finalmente, pudesse ver sentido nos seus poderes e na sua vida. E foi isso que aconteceu, durante o filme a personagem entende sobre a origem dos seus poderes, sobre a vida e começa a entender o que gostaria de viver. Como podemos analisar no último solo da personagem, “Show yourself”:
“I've never felt so certain
All my life I've been torn
But I'm here for a reason
Could it be the reason I was born
I have always been so different
Normal rules did not apply
Is this the day?
Are you the way
I finally find out why?”
A trajetória da Elsa nos mostra que devemos confiar em nós, em nossa intuição, mesmo que isso nos leve para o desconhecido, já que o mundo é muito maior do que conhecemos e que a vida de cada um é única e embora pareça que você tenha a melhor vida (ela era uma rainha!), está tudo bem querer outra coisa e seguir o seu coração.
Frozen 2 mostrou que o maior desafio de amadurecer é descobrir-se. Todos os personagens tiveram suas dificuldades e foi no momento de maior desafio que conseguiam se conhecer e tomar suas próprias decisões conforme sua intuição.
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