O último filme de Como treinar seu dragão nos emociona ao falar sobre amizade, amor e perdas, finalizando a franquia após nove anos
Em
2010, a Dreamworks nos apresentou um
filme que se tornaria uma das melhores animações já feitas, Como treinar seu dragão. Se por acaso
você não conhece a história, vou fazer um básico resumo: O filme conta a vida
do Soluço, um garoto de 14 anos que vive em uma sociedade de vikings (nomeada
Berk), mas o perfil dele é diferente dos outros – magricela, atrapalhado,
sonhador – e não é respeitado, principalmente porque eles precisam lutar contra
dragões. O sonho dele é ser aceito pelas pessoas, principalmente pelo seu pai,
e como ele conseguiria isso? Matando um dragão. Quando ele tem uma
oportunidade, Soluço não consegue seguir adiante e esse dragão que era inimigo,
torna seu amigo.
Durante
a franquia (tanto os filmes quanto a série) podemos ver a amizade de dois seres
tão diferentes mudando a história de toda Berk até esse último filme, o fim de
tudo isso. E agora como vou falar sobre Como treinar seu dragão 3 e alguns
temas importantes abordados, aviso que terá grandes spoilers, então vá
assistir aos filmes e depois volta aqui para conversamos!
O
que torna Como treinar seu dragão uma franquia tão importante e querida para
mim é a sua realidade, pois aborda temas que atingem todos nós, crianças e
adultos. No primeiro filme, vemos um garoto que não tem o perfil que querem
categorizá-lo e vamos acompanhando a sua coragem ao admitir que não queria
matar dragões, como todos os vikings que ele cresceu vendo como exemplo, o que
mostra a importância de acreditarmos em nós; no segundo filme, aprendemos sobre
perda, responsabilidades, reencontros e como tudo isso é importante na nossa
vida, mesmo que doa, porque é assim que amadurecemos. Além de, claro, mostrar a
importância do amor e da amizade.
E ai
chegamos no final dessa história, que assim como os anteriores, foca na vida do
Soluço e de seu melhor amigo dragão, Banguela. Nesse filme, o nosso fúria da
noite conhecerá seu interesse amoroso, a fúria da luz, e começará a viver fora
de Berk e cada vez mais distante do Soluço, que nunca pensou que isso poderia
acontecer.
Essa
mudança atinge muito o Soluço porque o Banguela sempre foi seu parceiro, seu
primeiro amigo e todas suas conquistas aconteceram ao lado do seu dragão. Ele
(como todos nós) se apega no que é confortável e tenta sempre fugir das
dificuldades e desafios que atingem seu interior, ou seja, ao ver o Banguela se
afastando, ele perde sua base e a confiança de conseguir liderar Berk, porque
acreditava que ele dependia do Banguela para continuar sendo um bom líder. Mas
no decorrer da história, ele tem que tomar decisões sozinho, sem aquele que
esteve ao seu lado desde os 14 anos, e essa responsabilidade o amadurece,
porque ele percebeu que o Banguela foi um facilitador e um apoio, mas era ele
que tinha as ideias e a coragem.
Isso
é muito presente na vida de todos, porque tentamos nos apegar no confortável
porque temos medo do futuro, de crescer e de respondermos por nós mesmos. À
questão é que somos os únicos que conseguem trilhar nossa vida, uma amizade ou
qualquer tipo de relação é um apoio, um facilitador para aguentarmos as quedas,
mas ninguém consegue tomar as decisões por nós e em algum momento, assim como
Soluço teve que aprender, nós vamos ter que amadurecer independente de ter o nosso
maior conforto ou não.
Nessa
trama principal do amadurecimento do protagonista veio o aprendizado mais
marcante para mim que é o flashback do Stoico com Soluço em frente à lareira conversando sobre a mãe do garoto, falando que o
amor é a melhor coisa do mundo, mas quando a gente ama, temos que lidar com a
perda e a dor, mas que no fim vale a pena. Eu saí do cinema com essa cena
na cabeça e essa frase e filme conseguiu descrever exatamente o que é amar –
namoradx, amigos, familiares, animais -, é se arriscar e saber que pode ter
dor, mas é fazer com que cada minuto que estiverem juntos seja verdadeiro e que
valha a pena.
E eu
não poderia deixar de citar o final do filme, quando o Banguela e todos os
dragões vão para o mundo escondido, pois é o melhor para eles – não que seja
fácil se despedir do seu grande amigo -, mas temos que deixar as pessoas que
amamos livres para viver a vida delas e apoia-las em suas escolhas, mesmo que
te machuque. E quando uma amizade é verdadeira, não importa a distância ou o
tempo, quando eles se reencontrarem é como se nunca tivesse passado tanto tempo,
como aconteceu com os dois, que se veem depois de muitos anos, casados e com
filhos, mas ao se reconhecerem o amor deles mostra que nunca terminou e que
eles sempre serão melhores amigos.
Eu
estou escrevendo essa postagem em meio as lágrimas, porque esse filme me marcou
muito por ter encerrado uma série muito querida, mas principalmente pelas suas
mensagens. E eu quero saber de vocês, o que acham sobre Como treinar seu
dragão? Enlouqueci aqui ou concordam comigo? Sejam livres para comentar, irei
amar conversar com vocês!